O uso da tecnologia e os processos de aprendizagem.
Por, Vanessa Barros - psicopedagoga
A sociedade atual advém da revolução tecnológica e seu desenvolvimento na
produção e na área da informação, gerando predicados passíveis de assegurar à
educação uma autonomia ainda inalcançada. Isto se dá à medida que o
desenvolvimento das competências cognitivas e culturais determinadas para o
pleno desenvolvimento humano passa a se ajustar com o que se espera no âmbito
da produção.
Consideramos que as transformações provocadas pelo uso do computador como
ferramenta para o ensino é um recurso pedagógico muito importante que coloca
desafios na apropriação do conhecimento e redefinições do papel dos professores
nesse novo contexto.
É impossível não aceitar a importância das constantes transformações pelas
quais o mundo vem passando. Como educadores e indivíduos temos a necessidade de
nos adaptarmos a essas inovações, tentando compreendê-las, incorporá-las,
socializando experiências e introduzindo essas transformações, no âmbito
educacional de modo a contribuir na melhoria da qualidade dos processos de
ensino aprendizagem e práticas docentes.
Observamos que um novo modelo pedagógico, portanto apareceria com a ocorrência
dessas transformações pelo qual o discente estaria desenvolvendo suas
capacidades as quais anteriormente era posta de lado pelo método tradicional de
ensino, sem recursos de aprendizagem que realmente contribuísse no
desenvolvimento de autonomia das crianças, sendo que o avanço de capacidade de
raciocínio e criatividade provavelmente seria mais forte por meio da
intensidade das possibilidades oferecidas pelos recursos tecnológicos.
A aprendizagem deve estar aliada a construção de novos conhecimentos e a
construção do processo de aprendizagem que ocorre nesta relação, já que o
indivíduo ensina e constrói conhecimento.
As tecnologias usadas nas escolas devem ser educacionais comunicativas e
informativas e não apenas alfabetizadora na qual o indivíduo aprende a
linguagem básica do micro e o processo finda-se por si só. É preciso despertar
a preocupação em relação à maneira pela qual vem sendo inserida nas
instituições educacionais, as novas tecnologias, e como esta vem sendo
trabalhada.
Enfim, o uso de novas tecnologias digitais pode incrementar as relações entre
educadores e crianças, política e educação, colaboram para que se adquira
conhecimento como imprescindível fator de melhoria social, propiciando
expressões multiculturais e integração universal dos sujeitos. A linguagem
padrão e protocolos da Internet possibilitam misturar e manifestar cultural e
socialmente os fundamentos da tecnologia de ponta. Assim sendo, a inclusão
digital passa a ser ferramenta eficaz para aumentar o letramento dos
indivíduos, estimular a auto-estima em relação aos aspectos culturais inerentes
às técnicas, tempo, espaço, razão e emoção.
O uso
precoce e excessivo da tecnologia é um fenômeno recente no cenário da infância,
entretanto especialistas em Primeira Infância já começam a identificar impactos
e repercussões sobre a dinâmica familiar, desenvolvimento, comportamento e
aprendizado infantil.
Para
uma criança conhecer o mundo e se desenvolver, sua motricidade precisa estar
engajada nesse projeto: de modo concreto, implica deslocamentos, movimentações,
coordenações sensoriais, manipulações. É a inteligência sensório-motora. Até 2
anos, a pura imagem, além de não lhe ensinar nada, dificulta-lhe a aprendizagem
quando economiza ou evita o engajamento do corpo no projeto de conhecer o
mundo, começar a movimentar o corpo, engatinhar, andar, tocar objetos e
alcançar com suas pernas e braços o mundo ao redor.
Para um corpo sentir e o psiquismo poder representar o mundo que entra pelas sensações,
é preciso que todas as sensações (visão, audição, olfato, paladar, vestibular,
propriocepção, tato) sejam percebidas, organizadas e interpretadas. Se a
visão e a audição, se sobrepõem às demais, haverá um processamento deficitário
e que poderá desenvolver sérios problemas para integrar todas essas sensações,
e portanto, dificuldades em se desenvolver de modo integral, a seguir.
Os
hábitos familiares ligados aos aspectos cotidianos como dormir, comer, passear,
estão sofrendo modificações a partir do uso das mídias digitais. A cena de
encontrar em restaurantes as crianças com um tablet ou celular, ambos usados como entretenimento na hora da
refeição, ou mesmo sendo usados quando os pais se deslocam no trânsito para que
a criança não tenha qualquer incômodo, são alguns exemplos do que estamos vendo
atualmente.
Em
relação à alimentação, sem sentir fome ou saciedade, os alimentos penetram na
boca da criança sem que o gosto, o sabor, o cheiro, o olhar, as pausas, as
conversas ocorram e sem desejos ou vontades, como se tudo fosse no “automático”
ou com distorções de imagens dos alimentos vistos nas telas.
A
criança vidrada na tela durante esses acontecimentos cotidianos, faz com que
não haja espaço entre a demanda e a satisfação, portanto, também para desenvolver
a criatividade nesse espaço, o que fazer nesse momento de espera?, consequentemente,
nessa impossibilidade de administrar o tempo e as realidades à volta, ocorrem
desequilíbrios entre as frustrações e a tolerância necessária que as relações
exigem, tanto com o “outro” e consigo mesma. A dica é: MODERAÇÃO.
Comentários
Postar um comentário