O que são hábitos orais deletérios?
Por, Marcela Oliveira - fonoaudióloga
“Chupar dedo”, roer as unhas e respirar pela
boca. O que isso tem em comum?
Esses são apenas alguns exemplos de “Hábitos
Orais Deletérios”, muito comuns na população, principalmente na infância e que
trazem inúmeras consequências ao longo do desenvolvimento até a fase adulta.
Mas afinal, o que são hábitos orais deletérios?
São padrões anormais e habituais de
contração muscular que podem interferir no crescimento craniofacial e no
desempenho de suas funções e, tornam-se prejudiciais devido a sua repetição,
geralmente associada a uma sensação de prazer, a fatores culturais e ao uso de
hábitos pela família, que contribuem para a sua implantação e manutenção.
Os principais “Hábitos Orais
Deletérios” são:
- Sucção não nutritiva, que incluem a sucção digital (chupar o dedo) e o uso da chupeta;
- Sucção nutritiva artificial, representado pelo uso da mamadeira;
- Onicofagia (roer a unha), o bruxismo (ranger os dentes) e morder objetos;
- Hábitos funcionais, que são a deglutição atípica (engolir com língua entre os dentes, por exemplo), respiração oral e alterações na fala. Lembrando que estes, geralmente são consequência da manutenção de algum outro hábito anterior.
Estes hábitos podem comprometer o
equilíbrio orofacial e produzir alterações nas funções de falar, mastigar,
sugar, deglutir e respirar. Contudo, é preciso levar em consideração três
fatores envolvidos na sua manutenção: intensidade, frequência e duração.
Apesar de parecerem inofensivos, os
hábitos podem ocasionar diversos comprometimentos como: alterações na oclusão
dentária, respiração oral, interposição lingual (língua entre os dentes), alterações
na tonicidade e mobilidade das estruturas orofaciais (que incluem bochechas,
lábios, língua), mastigação imatura, entre outros. Estes, nada mais são do que
o reflexo da manutenção dos hábitos na estrutura orofacial e as suas
respectivas funções.
O ideal é que os hábitos sejam eliminados
o mais precocemente possível. A efetividade desse resultado depende da
investigação sobre a sua origem, as circunstâncias sob as quais o hábito foi
desenvolvido e os fatores psicoemocionais envolvidos. A intervenção
profissional se faz necessária e a parceria positiva da família, garantem o
sucesso.
Não há proibição ou permissividade, regras
ou tolerância, se há a utilização, esta precisa ser consciente e monitorada.
Em caso de dúvidas, procure ajuda profissional e orientação.
Abraço, Marcela.
Abraço, Marcela.
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