Não existe homossexualismo, existe homossexualidade e isso não é doença.



A primeira coisa que deve ser esclarecida, é que jamais deve ser usado o termo homossexualismo como alguns ainda se referem. O sufixo "ismo" indica doença, o que comprovadamente pela ciência, não é o caso da homossexualidade. O sufixo "idade" das palavras heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade indica identidade. Investigações científicas mostraram que a homossexualidade, por si só, não está associada a transtornos mentais ou problemas emocionais ou sociais. No passado, os estudos sobre gays, lésbicas e bissexuais incluíram apenas aqueles em terapia, criando assim uma tendência nas conclusões resultantes. Quando os pesquisadores examinaram dados sobre essas pessoas que não estavam em terapia, descobriu-se rapidamente que a idéia de que a homossexualidade era uma doença mental não era verdade. Em 1973, a American Psychiatric Association retirou a homossexualidade do manual oficial detalhando os transtornos mentais e emocionais. Dois anos mais tarde, a American Psychological Association aprovou uma resolução apoiando esta exclusão. Por mais de 25 anos, as duas associações solicitaram a todos os profissionais de saúde mental para ajudar a dissipar o estigma da doença mental que algumas pessoas ainda associam com orientação homossexual.

Os seres humanos não escolhem ser gay ou hetero. Para a maioria das pessoas, a orientação sexual surge no início da adolescência sem qualquer experiência sexual prévia. O que podemos escolher é agir ou não conforme nossos sentimentos, a identidade não é considerada uma escolha consciente que pode ser mudada voluntariamente. Orientação sexual é uma atração emocional, romântica, sexual ou afetiva, duradoura.

Na orientação sexual existe uma escala contínua que vai desde heterossexualidade exclusiva para homossexualidade exclusiva e inclui várias formas de bissexualidade. Bissexuais podem experimentar atração sexual, emocional e afetiva por pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto. Identidade ou orientação sexual é diferente do comportamento sexual, porque se refere a sentimentos e auto-conceito. As pessoas podem ou não podem expressar sua orientação sexual em seus comportamentos.

Há muitas teorias sobre a origem da identidade sexual de uma pessoa. A maioria dos cientistas concordam que a orientação sexual é provavelmente o resultado de uma complexa interação de fatores biológicos, cognitivos e ambientais. Portanto, identidade ou orientação sexual não é uma opção, é um processo individual complexo, no qual você não "escolhe" gostar, você simplesmente gosta. Como identidade religiosa por exemplo, você se identifica e pronto. Por "x" fatores culturais, ambientais, porém principalmente por abstrações feitas pelo próprio sujeito na construção de sua identidade.

Por isso, a identidade sexual, como outra identidade qualquer, deve ser respeitada, conversada, dialogada. A autoimagem é algo extremamente importante para o sujeito fortalecer. E isso depende de identidades bem determinadas. Evita que o sujeito sofra ao deparar com pessoas ignorantes, preconceituosas e intolerantes. Então, o mundo precisa mais disso! De menos moralismo, mais informações e principalmente mais respeito ao diferente, e às diferentes identidades.

Por: Milena Mendonça. Psicóloga clínica, Psicanalista, Psicóloga positiva.

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