Porque você acha que está certo e outro está errado? Entenda como funciona o Raciocínio Motivado.
Por Milena Mendonça, psicóloga.
O fenômeno é estudado pela
psicologia e neurociências e sua teoria sustenta que nossas motivações
subconscientes, desejos e medos formam e configuram as informações que
recebemos para se encaixar com o que já acreditamos. Dessa forma, somos menos
meticulosos examinando evidências que concordam com nossas crenças, porque já
concordamos com elas e, em vez disso, buscamos todas as falhas possíveis nas
opiniões contrárias à nossa opinião atual. O que os cientistas chamam de
"raciocínio motivado", em resumo, à nossa tendência de ver certas
informações ou ideias como aliados, queremos ganhar, defendê-las, e aqueles que
contradizem essa opinião são os inimigos e queremos derrotá-los.
Nós tomamos isso como algo
pessoal, quando as pessoas se apegam a falsas crenças, apesar da evidência
esmagadora, esse fenômeno ocorre porque eles não sentem que você está atacando
a ideia deles, mas a si mesmos. Então, te pergunto: você quer defender suas
próprias crenças ou quer ver o mundo da forma mais clara possível? Qual a sua escolha?
Inconscientemente, nosso
julgamento é influenciado pelo lado que queremos que ganhe. E isso é algo
geral. Afeta a maneira como vemos a nossa saúde, nossos relacionamentos, como
decidimos votar, o que consideramos justo ou ético. Até mesmo o que queremos
ouvir. Provavelmente, essa é a causa da bolha de informações ou como você não
quer ouvir, ler ou saber sobre coisas que contradizem sua visão atual.
O que mais assusta sobre o
raciocínio motivado é o quanto ele é inconsciente. Podemos acreditar, e geralmente
o fazemos, que somos objetivos e imparciais, e que temos "a voz da
razão", mas com certeza você surgirá com milhões de casos históricos nos
quais ambos os lados estavam absolutamente certos de fazer a coisa certa. Na
maioria dos casos, com consequências desastrosas. O que fazer? Ser racional é
psicologicamente mais fácil quando há distância entre opinião e sentimentos.
Nesse sentido, as emoções dão "cor" à forma como os "fatos"
são percebidos. A intenção de ser exato, minucioso e imparcial, melhora o
processo racional, enquanto a intenção de chegar a conclusões pessoais tende a
fazer com que você chegue à revelia pela conclusão desejada. Temos que separar
a opinião da pessoa, como Confúcio disse: "Nem aprovar uma pessoa para
expressar uma certa opinião, nem rejeitar uma certa opinião, porque vem de uma
determinada pessoa”.
Nesse sentido, os especialistas
sugerem que devemos ver as ideias com uma "mentalidade exploradora”. Nesse
atual cenário político que estamos vivendo, nos comportamos como lutadores,
queremos vencer toda guerra moral e política como algo pessoal; Se atuássemos
como exploradores, apenas absorvendo informações sem nada de perder ou ganhar,
e sem qualquer intenção além de aprender com um outro ponto de vista, nos
tornaríamos mais imparciais e consequentemente mais sábios, faríamos as
melhores escolhas, mais conscientes.
E precisamos, em última análise,
aprender a ser intrigados em vez de defensivos quando encontramos informações
ou pessoas que contradizem nossas crenças, é essa diversidade que te fará
pensar além da sua própria bolha, pelo nosso próprio bem e das nossas decisões
pelo futuro do nosso país.
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