Gagueira tem cura?
Por, Marcela Oliveira - fonoaudióloga
Todos nós, enquanto falantes,
podemos apresentar o que chamamos de disfluências comuns na fala. Jornalistas, políticos
e grandes comunicadores, não apresentam em seus discursos uma fala 100%
fluente. Essas disfluências são o resultado das incertezas linguísticas
relacionadas à formulação das frases ou pronúncia das palavras. São vários os
fatores que justificam esta ocorrência e envolvem o nível de demanda da linguagem
em termos linguísticos e cognitivos para o contexto em que a fala é utilizada,
a familiaridade com o assunto tratado e as interrupções e velocidade da
conversação do interlocutor.
Além das disfluências
comuns, a fala pode ser interrompida pelas disfluências atípicas ou gagas,
presentes em pessoas que apresentam a gagueira.
A gagueira é um distúrbio da fluência
caracterizado por interrupções no fluxo da fala do indivíduo, impossibilitando,
em alguns momentos, a produção da fala contínua, suave e sem esforço. A fluência refere-se à suavidade e à facilidade com
que os sons, palavras, sílabas e frases são produzidos durante o processo da
fala.
A gagueira apresenta maior prevalência
na infância, as suas causas são multifatoriais e estão envolvidas no seu
surgimento e permanência. Podemos citar fatores biológicos, psicológicos e
sociais, que interagem de forma complexa e relacionam-se de maneira multidimensional, mas que também sofrem
interferência do histórico familiar, de fatores ambientais e das capacidades
linguísticas e cognitivas do falante.
É verdade que a gagueira tem
sua origem na infância, podendo persistir, ou não, até a vida adulta. Grande
parte das crianças com gagueira irão se recuperar espontaneamente,
porém, é comprovado que a intervenção precoce nesta desordem apresenta
resultados melhores e mais rápidos.
Sabemos do impacto que é para um
sujeito falante, as interrupções no fluxo da fala. Estes impactos agem
negativamente nas relações sociais e de autoimagem.
Trata-se de um distúrbio
complexo, mas que TEM TRATAMENTO. O
tratamento com o profissional habilitado, o fonoaudiólogo, o empenho do
paciente e a avaliação dos fatores de risco aos quais o mesmo é envolvido, podem garantir resultados que alcancem a fluência espontânea, a
fluência controlada ou a gagueira aceitável, que envolvem a diminuição
gradativa da gravidade do distúrbio.
Em caso de dúvidas, procure ajuda
profissional e orientação.
Abraço, Marcela.
Comentários
Postar um comentário