Entenda o que é autoaceitação para florescermos e fortalecermos.
Por, Milena Mendonça – psicóloga
A autoaceitação é a base que nos permite crescer e avançar em
direção à felicidade e plenitude. O ponto que nos leva a olhar para nós mesmos
e a nos amar como somos.
O que é autoaceitação?
Pensar analiticamente pode ser complicado quando o que temos
de enfrentar tem a ver com um autoconhecimento consciente. Na nossa jornada,
talvez o nosso maior desafio seja a autoaceitação. Não é fácil ficarmos
"nus", quando o observador que atentamente nos observa somos nós
mesmos. Aceitar-nos implica desviar-se de todo julgamento para nos tratar com
afeição, abraçar nossas partes imperfeitas e mesmo assim reconhecer nosso
valor. Significa separar-nos das exigências, ideais, críticas e perfeição para
nos amar exatamente como somos.
A autoaceitação implica encontrar a paz interior e se livrar
das barreiras psicológicas e sociais que nos impedem de fazê-lo. Tais como
rejeição por nossas características físicas ou traços de personalidade. Somos
muito mais do que tudo isso, apesar de, as vezes, não acreditarmos nisso.
Agora, aceitar a nós mesmos não significa não mudar, evoluir ou melhorar, e sim
o oposto. Como o psicólogo Carl Gustav Jung disse: "o que aceitamos nos
transforma, sendo a autoaceitação, portanto, o passo anterior para a
mudança". Porque se aceitarmos o que somos e o que sentimos em qualquer
momento de nossa existência, nos permitimos estar conscientes de nossas
escolhas e ações, aprimorando nosso desenvolvimento, nosso florescimento.
O que rejeitamos?
Quando não nos aceitamos até certo ponto, não estamos nos
dando permissão para nos vermos. É como se nos colocássemos diante de um
espelho e escondêssemos parte do que somos porque não gostamos, ficamos
envergonhados ou não o consideramos apropriado. Até mesmo nos maltratamos com
comentários depreciativos e críticas destrutivas. Outras vezes, rejeitar
significa que nos escondemos sob uma máscara fingindo ser outra pessoa ou que
vivemos aguardando a aprovação dos outros. Tendo como consequência nos
escravizar a uma imagem que não é nossa que com o passar do tempo gerará um
mal-estar ou um grande vazio.
Bem, os outros não nos conhecem e tudo o que eles sentem é
direcionado para o personagem que interpretamos. Todos nós cometemos erros,
temos peças que não se encaixam e feridas, mas é um erro nos maltratarmos
porque não somos perfeitos. Perdoar-nos nos liberta e nos permite começar a nos
amar incondicionalmente.
Como florescer e aceitar nós mesmos?
Perdoar as pessoas ao nosso redor pode ser complicado, mas
quando se trata de nós mesmos é ainda mais difícil. Como nos perdoar e aceitar-nos
incondicionalmente e sem reservas? É verdade que nossos medos, inseguranças e
reprovações não desaparecerão, mas, sendo duros com nós mesmos, não avançamos.
A questão é aceitá-los para nos conhecer e tratar com
carinho. Nossas imperfeições também têm sua beleza. Não somos partes, somos uma
soma, um todo! Por outro lado, é importante que cultivemos um bom
relacionamento com a incerteza, com a impermanência, a fim de converter cada
experiência em um novo aprendizado e não ficar preso em nossa zona de conforto.
Também devemos abandonar esse hábito de nos compararmos com os outros, é uma
prática injusta porque cada um de nós tem sua própria história.
Finalmente, não vamos esquecer que nos maltratar não é a
opção, mas olhar para nós mesmos com a máxima sinceridade para nos conhecermos,
porque, se praticarmos a autoaceitação, nossa autoestima será aumentada e nos
relacionaremos com autenticidade com os outros. Livre de máscaras, censuras e
medos. Livres, plenos e felizes com nós mesmos e em consequência com os outros.
Aceite-se! E vamos florescer!
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