A casa que mora em você e a casa que você mora


Tempos incomuns. Espaços incomuns. Pensamentos incomuns. No último ano, estive empenhada em sanar as necessidades do meu ambiente junto a nova moradora da minha casa. Há 19 meses as mudanças estruturais aconteceram em torno dela. Em alguns momentos busquei proteção e conforto, noutros liberdade e autonomia até entender que a casa que eu moro seguirá se reconstruindo e se redecorando. Para sempre.

A casa que mora em mim virou bagunça. Abri mão de tantos cômodos e já não cabia nem na dispensa. Fui hipotecada entre os meus. Ou fechava pra reforma ou entrava em demolição. 

Em pleno caos subi em minhas ruínas. “De todas as coisas o amor é a mais potente”. Não teve outro jeito se não usar os momentos de crise para aprender a ter compaixão. Tá decidido: A casa que mora em mim todo dia vai receber uma gentileza. Um café quentinho, chegar 30 min mais cedo, 5 min a mais no banho. Já até escolhi um aromatizador com notas cítricas, do jeito que eu gosto. Mas a obra, a obra mesmo, segue inacabada.

Todo dia salvo uma inspiração, lavo uma pilha de pratos e coloco uma flor em um jarro construído com legos. Toco duas obras. Moro em duas casas. Inspiro, Expiro e PIRO. Quem mais? 

Por Deni Novais

Obs: O Ambientemente agora será escrito por Cecília Brayner e Deni Novais. E é sempre um prazer dividir esse novo espaço com você! 

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